sábado, 21 de março de 2009

A web 2.0 existe?

A divisão da web em 1.0 e 2.0 é mais didática que real. A linha que divide as duas é tão tênue, que hoje, no mesmo tempo e espaço, costuma-se dizer que há pessoas que vivem em uma dessas gerações, enquanto outros vivem na outra.
Do mesmo modo que as características da web 1.0 ainda são visíveis atualmente, traços da chamada web 2.0 podem ser identificados no período anterior ao seu surgimento.
A verdade é que não são gerações estaques, que podem ser radicalmente separadas. São fases de um processo contínuo de mudanças, assim classificado modo para serem melhor compreendidos.
Se a web 2.0 é um avanço quando por ter seu foco no usuário, a web 1.0 não pode ser considerada menos importante. Aliás, a web 2.0 só foi possível com o desenvolvimento daquela. Para chegarmos a web 2.0 foi preciso que houvesse algumas condições: democratização do acesso, banda larga, convergência das mídias e distribuição muticanal.
A web 1.0 pode ser entendida, portanto, como o começo de um processo de valorização do usuário, uma vez que é marcada pela passagem do uso militar para o doméstico da internet.
Nessa fase, destacam-se o boom das trocas de informações por e-mails e por mensagens instantâneas on line. Foi um passo para a massificação da rede, hoje vista como plataforma.
O mercado e as pessoas comuns ganharam em agilidade e rapidez. As empresas economizaram em papel, telefone e fax, otimizaram tempo, melhoraram a comunicação interna (inclusive com a intranet), e puderam expandir seus mercados. Os consumidores ganharam em comodidade: não precisavam mais ir ao banco para ter acesso a alguns serviços, por exemplo.
É claro que a web 1.0 tinha limitações, assim como a 2.0 as tem. Na web 1.0, a internet é institucional, é um canal, um meio em que são publicados conteúdos prontos para serem consumidos. Nela, o internauta é mero consumidor. As empresas, proprietárias de sistemas e softwares. Não há grande preocupação com a interatividade.
Já na web 2.0, percebemos uma guinada. O foco agora é o usuário, que passa a ser um colaborador. Ele não é mais somente um consumidor de conteúdo, é produtor. Desse modo, valoriza-se a inteligência coletiva. É a geração colaborativa.
A internet deixa de ser uma rede de computadores, para ser uma plataforma, o ambiente em que os programa são desenvolvidos. Aliás, com o código aberto, os serviços deixam de ser propriedades de uma empresa para serem aprimorados de forma coletiva. Da mesma forma se dá o conhecimento, enriquecido com a colaboração coletiva.
Nesse processo de emancipação do usuário, ele não precisa is até a informação: ela vem até ele. Assim acontece com o RSS, sistema que permite que as atualizações nas páginas sejam avisadas à pessoa no computador, sem que ela precise acessar o site.
Da mesma forma que na época das transformações trazidas pela web 1.0, o jornalista precisa se adequar à “nova” realidade da internet. É preciso saber lidar com o público-produtor, a interatidade e os recursos disponíveis pela tecnologia da informação. Assim como a internet se desenvolve a cada dia, precisamos nos reinventar (ou atualizar) junto com ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário